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21/03/2010

23 meses e 3 dias no inferno - 20º

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20º Capítulo

Desta vez em dezembro ela não apareceu, mas cada vez que meu marido saia, encontrava com ela, e tinha alguma queixa, ou tristeza, ou saudade, ou qualquer coisa que ela inventasse para parar com ele e ficar falando aos cochichos. Coisa que as carolas adoravam. E já corria pela cidade que meu marido tinha um caso com ela, e como são minhas amigas vieram me contar. O que elas não sabiam é que ele me contava tudo e já havia me prevenido. Inclusive o fato de permitir que fizesse seu ouvido de pinico era em consideração à velha e boa união da família. Pois todos sabiam que se tratava de uma louca, mal amada.
Mesmo sendo pela consideração, incomodava e muito. Nisto chegou o aniversário de minha pequena, 1 aninho. Preparei a maior festa, com tudo que ela tinha direito, contratei palhaços, brincadeiras mil, aluguei brinquedos para a criançada, pois a festa começaria na hora do almoço com um churrasco. Distribui cerca de 200 convites. Seria um festão. No dia aconteceu algo que em toda a história da cidade não se tinha notícias. Não apareceu ninguém...
Ninguém... Só eu, meu marido, e a aniversariante, e os contratados é lógico. As horas passaram, os palhaços brincaram com minha filha, fizemos churrasco...
No final da tarde chamei a vizinha do lado para cantar parabéns, sabem a resposta? Não poderia ir. sem mais explicações. Cantamos parabéns. Dividi a comida que não dava para congelar e congelei o que podia ser congelado. Por dentro uma dor e uma tristeza, como jamais pensei ter sentido na minha vida. Mas engoli. Jurei para mim mesma que aquela gentinha, que continuava criticando meus gatos, que haviam feito a desfeita de não aparecer na festa da minha filha, e que viviam pedindo minhas coisas emprestado, não pisariam mais em minha casa. Não importaria mais a consideração, o respeito, nada, não pisariam mais na minha casa e pronto.
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