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18/03/2010

23 meses e 3 dias no inferno - 18º

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18º Capítulo

Lá pelos idos de março a louca resolve aparecer. Siiiim, como se não tivesse acontecido nada. Ela e o rebento, para conhecer a priminha, que ela só ouvira falar, então resolveu conhecer.
Apareceu a margarida (nada contra a flor, só força de expressão), mas apareceu, e me deixou doida. Todos os dias, sabe aquela música, Começar de novo... pois é, mas só que de uma maneira tão esdrúxula. Imaginem só, eu com um bebê, recém nascido, marinheira de primeira viagem, para amamentar, saída de uma gravidez de alto risco, uma casa enorme para cuidar, e a novela "A louca ataca novamente", prestes a começar. E começou.
Os meses passando, e eu definhando entre casa, mamadas, noites acordadas, e cafezinhos com bolinhos de chuva para a Madame Louca. Sim, segundo alguns membros do clã. tinha-se a obrigação destes detalhes, que nunca foram feitos para mim, e sim só por mim. Até que eu estourei.
Foi lá por volta de setembro de 2003, estava tomando sol no quintal, com minha linda, quando a louca chegou, não gostei. Entrou sem bater, e me assustou. Chorando aos prantos, tinha brigado com mamãe, querendo que eu saísse do meu doce fazer nada, para escutar a mesma velha ladainha. Me recusei. Ela se ofendeu. Meu marido não estava em casa. Fiquei com medo. Resolvi enfrentar a fera louca. Dar-lhe uma anti-rábica genérica, é claro (não ia gastar bom vocabulário com cadela louca). Entrei e disse: Podem sair, está um sol lindo, e eu, a dona da casa, lá fora, e vocês, as visitas, aqui dentro, não está certo. Chorou, gritou, mas saiu. Notem, só ela saiu.
Antes eu não a tivesse vacinado. Senta-se ao meu lado e despeja: O que você fez? Que meu amado primo não te larga. Você não presta para ele. E eu estou apaixonada por ele. Porque você não pega sua filha, suas coisas e vai embora. Esta casa tem que ser minha, sua vida tem que ser minha.
Fique assustada, juro. Nunca senti tanto medo. Tinha o olhar vidrado. Parecia hidrófoba. Neste instante meu marido chegou. Interessante a coisa mudou (da parte dela pelo menos), mas para mim já não adiantava mais. Pedi educadamente (o maior sacrifício da minha vida) que ela se retirasse e nunca mais voltasse, nem me dirigisse a palavra.
Saiu, batendo os pés e resmungando para meu marido: tá vendo ela me pois pra fora, não tem sentido de família, onde já se viu fazer isto justo com a gente, sempre fomos tão unidos...
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